Jogos Memoráveis: Phantasy Star

A origem do RPG eletrônico para muitos jogadores brasileiros


     Produzido pela SEGA e lançado para o Master System em 1987 no Japão, Phantasy Star conta a história de Alis, uma garota, que após presenciar a morte de seu irmão sai em busca de seu último pedido: descobrir os planos do vilão Lassic. Ao longo de sua jornada outros personagens se agrupam a ela, incluindo uma espécie de gato, com um nome bem sugestivo, chamado Myau. Toda a aventura se passa no sistema solar de Algol, composto por três planetas distintos: Palma (o planete verde, onde a aventura começa), Motavia (o planeta desértico) e Dezoris (o planeta de gelo). Todos eles interligados entre si e cheios de peças-chaves. Não raro, o jogador deve voltar a um planeta para conseguir algum item e só assim depois consegue prosseguir. Tipico RPG. O jogo foi traduzido para o português pela Tectoy em 1991, uma grande surpresa para todos os brasileiros e que acabou servindo como a porta de entrada de muitos para o mundo do RPG. Algo ainda tão estranho para a maioria de nós.  

Forte marketing circulava em revistas de games da época
    Mas ai você pode me perguntar: o que ele tem demais para ser tão especial? Bom, o simples fato de ser traduzido para o nosso idioma já o dá bastante crédito, porém alguns outros detalhes fizerem dele um jogo marcante para época. Antes de falar, vou dar uma dica: Olhe novamente para a imagem que ilustra esse post (a frente da capa do jogo em português e uma das mais bonitas feitas para o Master System. Dúvida? Clique aqui e veja por que falo isso). Percebeu os detalhes? Não?!? Eu digo! O primeiro deles: 4 MEGA. Isso refere-se a memória/tamanho do jogo em Megabytes (MB). Sei que é pouquíssimo para a data atual, mas na época aquilo foi o máximo, já que alguns jogos tinham apenas alguns Kbytes e a maioria entre 1 ou 2MB. O segundo detalhe e mais "moderno" de todos: os jogos podiam ser salvos. É, isso mesmo que você leu! Na época não existia Memory Card, nem HD, muito menos armazenamento na nuvem. A solução adotada foi utilizar uma bateria interna de Lítio (iguais aquelas que ficam nas placas-mãe moderna).

Tela inicial do jogo: Bem-vindo a Algol
     Sobre a minha relação com o jogo, posso dizer que a paixão se iniciou quando aluguei o cartucho em um locadora de games e joguei em algum Master System emprestado. Me lembro o quanto fiquei fascinado com aquilo: um jogo em português e ainda por cima um RPG!!! Na época, minha experiencia com RPGs se resumiam a livros-jogos da série Aventuras Fantasticas e alguma coisa sobre RPGs de mesa. Jogos eletrônicos em português eram mais que raros, quase uma relíquia. Pra ser sincero, só me lembro deste. Pra mim, a Tectoy tinha acertado em cheio ao traduzir este.

     Além da já citada tradução feita pela Tectoy, o jogo possui carismaticos personagens, boa música, dificuldade na medida certa, inimigos que podiam ser "vencidos" sem precisar batalhar e labirintos em 3D com visão em primeira pessoa! Como falei anteriormente, fiquei tão fascinado por esse jogo que quando ganhei meu primeiro videogame, o Master System Super Compact - abaixo, o da foto da esquerda. Se bem que preferiria o da direita com Alex Kidd - imaginem qual foi o primeiro jogo que veio a minha cabeça? Phantasy Star, claro! No inicio aluguei o cartucho algumas vezes, mas morria de medo que alguém apagasse a memória dele. Qual foi a minha solução? Torrar a paciência da locatária até conseguir fazer ela me vender o cartucho! \o/ Hehehehehe. O segredo é insistir. ;)


Master System SC com Futebol III
Master System SC com Alex Kidd 










     Com o cartucho em mãos e estudando pela manhã, passava a tarde jogando. Jogava e fazia os mapas, pois eram muitos e ficavam bem complexos com o avanço do jogo. Cheguei até a abrir o cartucho e fazer uma pequena gambiarra, para que não perdesse meus jogos salvos: coloquei um pilha AA na parte superior do cartucho com fios ligados a extremidade da bateria. Porém, depois um tempo acabei encostando o cartucho. Os labirintos finais do jogo eram muito extensos e confusos, somados aos constantes encontros aleatórios, acabou me desmotivando. Cresci e acabei dando meu Master System juntamente com meus poucos cartuchos, incluindo o Phantasy Star, para um alguém tão "viciado" em videogames e RPG quanto eu. Ainda sim, fiquei aquela sensação de missão não cumprida por não ter "zerado" aquele jogo. 

     Um pouco mais velho, de vez em quando me lembrava do Phantasy Star, decidi jogá-lo novamente, mas dessa vez não fui mais atrás de nenhum videogame, já de posse de um computador, instalei um emulador e fui atrás da rom do bendito jogo. Nas configurações do emulador, entre outras coisas alterei a velocidade para 2x. Deixei o jogo mais rápido, pois meu tempo já não era tão livre assim. Também fui atrás de imagens dos mapas mais dificeis na Internet - dessa vez, tudo estava mais acessível - e dessa forma consegui chegar até o final e derrotar o poderoso Lassic. Enfim, tinha "zerado" o jogo. Naquele dia, minha alma gamer dormiu mais tranquila, a missão foi cumprida. 

2 comentários:

  1. Show de bola esse post! Muito bacana sua experiência com Phantasy Star! Realmente esse jogo não dava pra ficar locando, tinha que ter. Na época eu emprestei de um amigo pra poder ficar jogando por tempos e tempos. Mas tb só fui zerar anos depois com o emulador.

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  2. Opa! Valeu. Li seus post falando sobre o jogo quando estava finalizando o meu, achei a experiência bem parecida. Até mais. Ah... teu blog já coloquei aqui nos meus favoritos.

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